sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Esta noite choveu prata sobre o rio...

Escultura de João Cutileiro – Lago das Tágides, Parque das Nações, Lisboa
Fotografia de Jaime Silva

Esta noite choveu prata sobre o rio

Esta noite choveu prata sobre o rio
eram lágrimas de dor do sufoco do poema
derramadas às portas da cidade… 
E Lisboa emudeceu...

Ficarei a vaguear por aqui
banhando-me no rio com as Tágides
até ao dia das auroras e da reverberação da luz
na lâmina líquida das águas
e a acordar todos os sonhos adormecidos...
...
E Lisboa adormeceu… 

Alexandre de Castro


Lisboa, Dezembro de 2015

2 comentários:

maria disse...

Um belo poema.
Com a música dos ii´s.E a sonoridade doce dos ll´s.

Alexandre de Castro disse...

Obrigado, Maria, pela sua benevolência, pois acontece que eu sou um desastrado a escrever poemas de amor. O primeiro poema de amor que escrevi, tinha eu treze anos, dediquei-o a uma colega de turma, do liceu, por quem me apaixonei (aquelas loucas paixões da adolescência). Ela desatou-se a rir, depois de o ler. A partir daí, nunca mais acertei com a métrica e com a rima, mesmo recorrendo à musicalidade e à sonoridade dos II's.