sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Querias um tempo com as policromias das aves tropicais…


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Querias um tempo com as policromias das aves tropicais…

À Súh Floyd
(Uma amiga fiel, de há muito tempo)


Todos os artefactos, de que te rodeias,
desenham o teu corpo de diva
– a vertigem de um corpo alado de mulher
a voar em frente dos espelhos, em círculos
criativos, a marcar as mutações dos gestos e das poses.
A franja garrida do cabelo era uma irreverência constante
(e a mim dizias-me: querido, isto é uma ternura minha)
a desafiar a ordem estabelecida pelas academias,
que tu renegaste quando ouviste pela primeira vez a
a rebeldia a sair de um disco dos Pink Floyds,
e tu começaste logo a cantar o Another Brik in the Wall
enquanto curvavas o corpo para o auto-retrato do dia.
Os anéis e os colares étnicos eram os sinais da ancestralidade perdida,
e tu querias que eu te levasse para os lugares divinos
do movimento underground, para cantarmos no Hyde Park
uma miscelânea de rock psicadélico e surf music
Querias ser um ícone a anunciar a ruptura do tempo…
Querias um tempo com as policromias das aves tropicais…

Alexandre de Castro
Lisboa, Dezembro de 2015

4 comentários:

Unknown disse...

Não canso de ler esse poema,que meu amigo fez especialmente para mim. E fico mto grata pelo carinho!! Meu amigo Ale,eu tenho um carinho enorme por VC,e qdo for à Portugal,quero conhecer VC!! Beijos da sua amiga Súh Floyd

mariagomes disse...

Um dos mais belos poemas que li nos últimos tempos! Parabéns poeta! Parabéns Súh Floyd!
meu abraço

Unknown disse...

Esse poema é muito lindo,meu amigo de longas datas,eu ainda vou conhecer VC pessoalmente!! Beijos Ale ❤❤

Alexandre de Castro disse...

Obrigado, "poeta" Maria Gomes. Vindo de si, o louvor tem outro sabor. Os poetas têm uma grande vantagem: entendem-se na exaltação dos sentimentos mais profundos e na maturação das palavras.