sábado, 25 de junho de 2016

A minha boca já é um deserto…




A minha boca já é um deserto…


A minha boca já é um deserto,
porque as palavras fogem e não regressam…

É o buraco negro do meu imenso firmamento
que engoliu todas as estrelas contadas
nas noites ácidas da solidão…

E é na alegria da sombra de um oásis
que as palavras resistem ao esquecimento,
esperando o vento, que as liberte…

Alexandre de Castro

Lisboa, Junho de 2016